Vamos continuar com o nosso blog!

Pois é:

"A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?"

Perguntamos com o mestre Drummond: E agora, o que fazer com este blog depois do casamento passado, abençoado, lavrado em cartório e totalmente consumado?

Resolvemos continuar aproveitando o espaço para partilhar com os amigos, que testemunharam e celebraram a nossa tão inesperada união, as andanças desta vida de casados...
Serão alegrias, inquietações, felicidades, angústias, momentos de paz, lamúrias... enfim: pequenas expressões do cotidiano de um casal apaixonado...

Só as mães são felizes

A Dona E. não sabe navegar na internet.
Pelo menos uma vez por mês ela fala sobre seus planos para aprender a usar o computador, mas quem a conhece sabe que nunca sequer vai ligar um.
(Quem sabe um dia algum parente ou amigo, navegando por essas bandas, leia esta mensagem...)

A Dona E. não sabe o quanto a admiro.
Todas as vezes que nos vemos ela mostra a raridade do seu amor e dedicação de mãe... não nos permitimos, porém, deixar explodir demonstrações de afeto já tão adormecidas.
(Quem sabe um dia eu consiga finalmente expressar toda a minha gratidão.)

A Dona E. não sabe que o meu maior sonho é ser a mãe que ela é.
Quantas vezes ouvi o alerta de que só seria possível entender a vida depois da maternidade...  Eu que nunca acreditei, eu que queria provar o quanto ela estava errada, hoje estou frente a frente com o meu passado, presente e futuro... encarando o vazio do desconhecido.
(Quem sabe um dia eu seja capaz de admitir que finalmente a compreendo.)

A Dona E. não sabe o quanto eu gosto de conversar com ela.
Todos os dias falamos uma com a outra sem dizer quase nada... na superfície das vozes fica retido o cotidiano: sob ele a profundidade do não-dito sufocado por anos de silêncio.
(Quem sabe um dia essa longa espera pelas palavras sinceras chegue ao fim.)

A Dona E. não sabe que me preocupo com a sua aprovação.
O seu olhar não consegue esconder a mágoa da desilusão... e a distância provocada pelas minhas escolhas parece estar se tornando intransponível.
(Quem sabe um dia ela perceba que a felicidade também mora na alteridade.)
      

A Dona E. não sabe o quanto a amo.

(e provavelmente nunca vai saber...)

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