Vamos continuar com o nosso blog!

Pois é:

"A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?"

Perguntamos com o mestre Drummond: E agora, o que fazer com este blog depois do casamento passado, abençoado, lavrado em cartório e totalmente consumado?

Resolvemos continuar aproveitando o espaço para partilhar com os amigos, que testemunharam e celebraram a nossa tão inesperada união, as andanças desta vida de casados...
Serão alegrias, inquietações, felicidades, angústias, momentos de paz, lamúrias... enfim: pequenas expressões do cotidiano de um casal apaixonado...

Ultra-som.



(Por Thiago Lago)

Para "introduzir com jeitinho" esse post nada melhor do que a frase que mais tenho repetido nesses últimos dias: "aí, muuuito doido o ultra-som".

Pois é, o negócio é uma loucura mesmo. Só ali você descobre que com apenas algumas semanas o que eram óvulo e espermatózoide se transformaram em um zigoto, que agora já é um embrião, já se alimenta, e o mais louco de tudo: tem batimento cardíaco.

Toda a experiência é muito enriquecedora, até para compreendermos um pouco mais sobre o universo feminino ou para ficarmos ainda mais confusos com esses seres "estranhos". É muito impactante a desinibição das mulheres diante do médico, aquela figura assustadora, que está sempre de jaleco branco, te olhando com um sorriso plácido de um psicopata ao mirar a sua próxima vítima, e que é, para muitos homens, o seu inimigo número 2, perdendo somente para o dentista.
Começou tudo normal, chegamos, eu sentei e abri uma revista, a Mari foi até o balcão se identificar e tudo mais, depois ficamos ali sentados ansiosos, com a fala acelerada, as pernas balançando, o coração palpitanto e dizendo coisas meio sem sentindo (parecia que tínhamos tomado uma balinha), até que fomos chamados. Entramos na sala e lá estava uma enfermeira nos esperando. Com um sorriso simpático ela olhou para as pernas da minha mulher e, vendo que ela estava de saia, falou "tira só a calcinha e pode deitar, que o Dr. já vem". Eu, que estava me sentando, fiquei de pé com o susto e pensei em falar uns desaforos para aquela enfermeira, afinal o que ela estava pensando da minha mulher e será que ela não tinha me visto ali, afinal o que que rolava realmente naquele consultório, eram muitas coisas passando pela minha cabeça, eu não conseguia decidir se sentava ou se ficava de pé, não vi direito quando ela saiu da sala, foi tudo muito rápido, até que olhei pro lado e vi, por baixo da cortina de uma espécie de cabine, que a Mari estava tirando, prontamente, a calcinha. Meu corpo caiu pesado na cadeira e eu pensei "que porra é essa?". Não, na moral: fiquei um tempão (anos) esperando para "dar uns pegas" na "gatinha", levei pra sair algumas vezes, depois tive que fazer o maior chaveco pra poder passar uma noite com ela, rolou um "love", fomos morar juntos, nos casamos, tudo num processo que pode ter parecido rápido para quem viu de fora, mas teve os seus sufocos e esse tal "Dr.", que eu nem sei o nome, ta pensando que é asim? Decidi esperar e ver no que aquilo ia dar.

Ela saiu da cabine, deitou-se na cama e se cobriu, da cintura para baixo, com um lençol verde claro, olhou pra mim e eu lhe dei um sorriso amarelo para não ficar evidente o quanto eu estava apreensivo e o tal "Dr." entrou. Era um sexagenário simpático metido a charmosão, me cumprimentou, eu respondi apenas um "boa tarde", assim, seco e ele fazendo umas brincadeirinhas pra puxar assunto, eu fingindo que não tava escutando, até que ele se sentou e, no meio das brincadeirinhas, pegou um obelisco cilíndrico de mais ou menos uns 30 cm espremeu um tubo de lubrificante em cima e, olhando pra uma espécie de computador, enfiou aquilo por baixo do lençol que estava cobrindo a minha mulher, eu fiquei em riste, ia gritar um "que isso", mas não deu tempo e vi que a Mari nem se emocionou, não fez cara de dor, nem de incômodo, novamente foi tudo muito rápido e eu só me dei conta do que estava acontecendo quando apareceu uma imagem turva na tela com um círculo preto e uma bolinha branca pulsando lá dentro e o "Dr." falou rápido "olha lá o embrião". Pasmei.

Nossa é muito emocionante, principalmente para um pai de primeira viagem, ver aquela coisinha de milímetros pulsando tão forte e ouvir todas as explicações do "Dr." sobre a formação do seu filho e cada parte do embrião, o auge da emoção foi quando ele mostrou o coração e aumentou o volume, toda a sala foi tomada por aquele tum tum tum tum tum, batendo a 115 bpm, como marcava o aparelho, aceleradíssimo. Nossa, nunca poderia imaginar que com tão pouco tempo já houvesse tanta vida ali, com orgãos milimétricos e até um coração batendo no compasso de um surdo de terceira da bateria do Salgueiro.

Acabou a Ultra, o "Dr." se levantou, nos cumprimentou e saiu, nós, ainda em êxtase, ficamos ali na beira da cama ainda por alguns instantes, abraçados, rindo e chorando ao mesmo tempo.

Dia 11/05, próxima Ultra, dessa vez sem grandes surpresas além do rápido crescimento do nosso bebê, vamos ver como anda essa mocinha ou esse rapaz.

Um comentário:

Marcela Figueiredo disse...

Pança!!! Que lindo tudo isso!!! Tô muito feliz por você!!! Beijão pra família!!!